domingo, 25 de outubro de 2009

Gemido do Violino..



















Uma lágrima se solta ... sem ventos, sem brisas ... se volatiliza num gemido de violino!Dormes. Por dentro da luz ténue de silêncios finos, silenciados na concha tumular que cobre todas as pedras desalinhadas da calçada. Hoje caminho na Avenida. Piso a passos precisosos trilhos por onde tantas vezes viajaste sózinho dentro de mim. E sozinho em ti, perdido num labirinto. A nebulosa esmaecida teima em perpetuar-se à minha frente. Persistente, a lágrima cristalizada se solta, rola extemporânea. Avança, morde e beija a boca. Tem o sabor salgado da Saudade e, contudo,liberta, traz-me de regresso à realidade. Refulgentes, os raios iluminados da manhã, traçam nos paralelepípedos novos desenhos constelados. Das ruas pardacentas, aos poucos, a espasmos, a Primavera brota. Estrangula o vazio e a melancolia nostálgica. Emerge em sons. Eternas sintonias Genésicas. Na igreja em frente, toca o sino. As ruas recobrem-se, serenas, com as cores brancas do seu manto Divino.

Por Mel de Carvalho


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