domingo, 8 de novembro de 2009
Bailan las gitanas
Bailan las gitanas,
míralas el rey;
la reina, con celos,
mándalas prender.
Por Pascua de Reyes
hicieron al rey
un baile gitano
Belica e Inés.
Turbada Belica,
cayó junto al rey,
y el rey la levanta
de puro cortés;
mas como es Belilla
de tan linda tez,
la reyna, celosa,
mándalas prender.
Miguel de Cervantes y Saavedra
No tempo do nazismo, os ciganos sofreram a mesma sorte dos judeus e dos homossexuais, assassinados lado a lado nos campos de concentração de Ravensbrück, Dachau, Buchenwald, Auschwitz e Birkenau.
Não se sabe bem por qual razão, os nazistas permitiram que conservassem seus instrumentos musicais.
A música serviu-lhes de último consolo.
Um sobrevivente não cigano relembra uma passagem do ano de 1939 em Buchenwald:
"De repente, o som de um violino cigano surgiu de uma das barracas, ao longe, como que vindo de uma época e de uma atmosfera mais feliz... Árias da estepe húngara, melodias de Viena e de Budapeste, canções de minha terra".
Foi na Europa central e oriental que a música cigana (vocal e instrumental) teve e continua a ter seu público mais fiel e apaixonado.
sábado, 7 de novembro de 2009
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
TchÁyo Romanó
O saboroso TchÁyo Romanó, é um chá cigano tradicional passado de mãe para filha. É um dos mais belos rituais ciganos, onde se evocam as forças da Natureza para trazer saúde, amor, força, prosperidade e alegria. Seus ingredientes mudam a cada receita, mas alguns se mantém em todas elas.
Tcháyo Romanó
Ingredientes:
Chá preto natural
pedacinhos de canela
cravos-da índia
3 favas de cardamomo (opcional)
1 pedacinho de casca de limão branco
1 dose de uísque
Frutas para maceração:
pedacinhos de damascos secos
fatias finas de limão branco sem casca
fatias de uvas rosé
pedacinhos de maçã vermelha
pedacinhos de ameixas ou morangos
Modo de fazer:
Em um litro de água fervente, coloque todos os ingredientes da tintura, exceto o uísque. Desligue o fogo, abafe o recipiente e deixe esfriar. Acrescente o uísque quando for servir.
Lua
O Batismo é sagrado para os ciganos.
Nasce um cigano!
Quando nasce um cigano, sua avó oferece a todos o pão das três fadas, para que o recém-nascido tenha sorte, saúde e prosperidade. A criança é então banhada numa pequena banheira ou num tacho numa mistura de água natural, vinho, flores, metais, ervas e perfumes. Estes ingredientes e o próprio ritual do banho do recém-nascido apresentam algumas variações de clã para clã.
A apresentação do recém-nascido à primeira Lua Cheia, após o seu nascimento é uma das tradições mais populares entre os ciganos brasileiros, principalmente os que vivem no interior do país. Para atrair a Boa Sorte e a proteção, a criança é erguida em direção à Lua pela avó ou pela madrinha, enquanto se diz:
“Lua, Lua, Luar, toma teu andar. Leva esta criança e me ajuda a criar. Depois de criada torna a me dar.”
Baile Gitano
Hay de tener la sagre de los gitanos para bailar el flamenco!
A dança flamenca é a dança da energia vital. Batemos os pés num tablado para receber da terra a resposta sonora que traz força e coragem. O Baile Gitano, como é chamada a dança, tem que ser realizado de corpo e alma. A expressão dos olhos é decisiva para a interpretação correta dos ritmos.
Ritmos flamencos
Soleá - ritmo-mãe do flamenco. A palavra Soleá é uma abreviatura cigana para Soledad-solidão. Seus acordes melancólicos traduzem o lamento, a dor da perda.
Alegría - tem o ritmo idêntico ao do soleá, porém mais vibrante, alegre de acordes animados.
Bulería - ritmo que possui variantes na dança. Transformam espontaneamente o ritmo festivo do Flamenco em paixão, hipnotizando a platéia. A palavra Bulería, vem de burlar, enganar.
Sevillanas - As populares sevillanas andaluzas têm um ritmo contagiante e alegre. São geralmente dançadas em duplas de homens, mulheres e crianças. Desdobram-se em quatro partes, quando acontecem as mudanças dos pares.
Farruca - A sóbria e viril farruca é comumente dançada por homens. Mas hoje em dia, as melhores bailarinas flamencas também exibem a destreza de seus passos na farruca, como a famosa Sara Baras. O próprio nome farruca significa valente.
Mallaguenha - A província de Mallaga desenvolveu seu próprio ritmo flamenco e criaram seu próprio canto apropriado a um estado de espírito cujas letras acompanham as mais profundas emoções humanas.
Seguiriyas - Ritmo de grande descarga emocional, é o mais cigano do flamenco. Seus acordes e sapateados soam como desabafos e reclamações pelo amor perdido, pela falta de liberdade, pelo ódio ou revolta, exigindo do bailarino e do guitarrista muita vibração emocional.
Diz uma antiga lenda que os ciganos dançam desde o útero materno. Já nascem realizando uma coreografia própria de quem tem sangue cigano nas veias. Este sim é o verdadeiro sentido do bailado cigano. Alegre ou melancólica, a dança cigana é realizada de corpo e alma, seja para comemorar, louvar ou fazer surgir do fundo da alma a resistência, que justifica a trajetória deste povo pelo mundo. Prova disso são os inúmeros ritmos da dança: bulerías, alegrias, tanguilhos, sevilhanas, rumbas, farrucas, soleares.
domingo, 1 de novembro de 2009
Charles Godfrey Leland
Charles G. Leland nasceu na Filadélfia, Pensilvânia, em 15 de agosto de 1824. Poucos dias após o seu nascimento, uma velha ama holandesa levou-o ao sótão de sua casa e realizou um ritual. Ela colocou seu seio sobre uma Bíblia, uma chave e uma faca e, então, pôs velas acesas, dinheiro e um prato com sal sobre a cabeça. O propósito do rito era que o menino vencesse na vida e tivesse sorte para ser um escolástico e um sábio.
Ele cresceu como uma criança fascinada pelo folclore e pela magia, e foi presenteado com histórias e contos de fantasmas, bruxas e fadas. A família, sendo próspera, vivia em uma casa que possuía empregados e, com um deles – uma imigrante holandesa -, ele aprendeu a respeito de fadas, e com outro – uma negra que trabalhava na cozinha -, ele aprendeu a respeito de vodu.
Mudando-se para a Inglaterra, em 1870, Leland começou seu estudo acerca de ciganos ingleses e era particularmente interessado no folclore deles. Com o decorrer do tempo, ganhou a confiança do “Rei dos Ciganos” na Inglaterra, Matty Cooper. Com Cooper, Leland aprendeu a falar o romani, a língua dos ciganos, embora isso tenha ocorrido muitos anos antes de o povo cigano tê-lo aceito como um deles. Durante esse período, ele escreveu seus dois livros clássicos a respeito dos ciganos e estabeleceu-se como a autoridade máxima nesse assunto. Em 1888, tornou-se o primeiro presidente da Sociedade da Sabedoria Cigana.
Leland foi um escolástico, folclorista e autor que escreveu inúmeros livros clássicos a respeito de ciganos ingleses e bruxas italianas. Isso inclui Etruscan Roman Remains, Legends of Florence, The Gypsies, Gypsy Sorcery e, entre estes e outros, destaca-se Aradia: O Evangelho das Bruxas (lançado pela Madras Editora). Charles Godfrey Leland desencarnou em 2 de março de 1903.
Adotou em algumas obras o pseudônimo Hans Breitmann.
Ele cresceu como uma criança fascinada pelo folclore e pela magia, e foi presenteado com histórias e contos de fantasmas, bruxas e fadas. A família, sendo próspera, vivia em uma casa que possuía empregados e, com um deles – uma imigrante holandesa -, ele aprendeu a respeito de fadas, e com outro – uma negra que trabalhava na cozinha -, ele aprendeu a respeito de vodu.
Mudando-se para a Inglaterra, em 1870, Leland começou seu estudo acerca de ciganos ingleses e era particularmente interessado no folclore deles. Com o decorrer do tempo, ganhou a confiança do “Rei dos Ciganos” na Inglaterra, Matty Cooper. Com Cooper, Leland aprendeu a falar o romani, a língua dos ciganos, embora isso tenha ocorrido muitos anos antes de o povo cigano tê-lo aceito como um deles. Durante esse período, ele escreveu seus dois livros clássicos a respeito dos ciganos e estabeleceu-se como a autoridade máxima nesse assunto. Em 1888, tornou-se o primeiro presidente da Sociedade da Sabedoria Cigana.
Leland foi um escolástico, folclorista e autor que escreveu inúmeros livros clássicos a respeito de ciganos ingleses e bruxas italianas. Isso inclui Etruscan Roman Remains, Legends of Florence, The Gypsies, Gypsy Sorcery e, entre estes e outros, destaca-se Aradia: O Evangelho das Bruxas (lançado pela Madras Editora). Charles Godfrey Leland desencarnou em 2 de março de 1903.
Adotou em algumas obras o pseudônimo Hans Breitmann.
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